Após chegar ao topo, alpinistas posaram com as bandeiras olímpicas e da China
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Tocha é acendida no lugar mais alto do mundo, a 8.850m acima do nível do mar
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Com transmissão ao vivo da TV chinesa, a tocha chegou ao topo do Everest, que fica a 8.850 metros acima do nível do mar, após mais de seis horas de percurso de subida. "Um mundo, um sonho", disse uma dos alpinistas, repetindo o slogan dos Jogos Olímpicos de Pequim, que começam no dia 8 de agosto.
Emocionados, algumas pessoas que participaram do revezamento de subida da tocha ao Monte Everest choraram, após a finalização do difícil percurso. Com a chama no topo, dez alpinistas se juntaram a tibetana para mostrar a hegemonia territorial.
A ousada inclusão do Monte Everest no caminho da tocha olímpica é uma mostra da ambição chinesa dos Jogos realizados em seu país.
Criticada pela política adotada no Tibete, a China espera que os incidentes anteriores – que incluem protestos por cidades como Paris (FRA), San Francisco (EUA), Nagano (JAP) e Seul (CDS) – sejam deixados de lado após a emotiva chegada da tocha ao Everest.
A chama olímpica acessa no ponto mais alto do mundo não faz parte do símbolo principal dos Jogos. Uma outra parte segue nesta quinta-feira para a província de Guangdong, no sudeste.
A principal chama seguirá para todas as regiões chinesas, retornando a Pequim dia 6 de agosto, dois antes da cerimônia de abertura da Olimpíada.
A equipe que subiu o Everest inclui 22 tibetanos, 8 chineses da etnia Han, majoritária no país, e um homem da minoria Tujia. Eles estavam há mais de uma semana preparando uma rota pela face norte da montanha.
Enquanto a etapa final de escalada acontecia, a organização do evento pausou o revezamento da tocha principal, que deve passar pela cidade de Shenzhen, no sul do país, na quinta-feira.
A chama acesa no Everest será unida à principal possivelmente durante a passagem por Lhasa, em meados de junho.
Reinhol Messner critica passagem da tocha olímpica pelo Everest
Para Messner, que escalou o Everest em 1980, levar a tocha ao Monte é uma farsa, já que a chama não terá condições de permanecer acesa em condições naturais.
"Por que precisam levar a tocha até lá? De qualquer maneira, ela só vai permanecer acesa com o auxílio de truques, porque naquela altitude há pouco oxigênio e muito vento", disse Messner ao jornal alemão "Frankfurter Rundschau".
O alpinista disse ainda que é contra o boicote à Olimpíada de Pequim, mas também é contra a repressão política dos chineses no Tibete, que tem causado as manifestações contrárias aos Jogos.
"[A China] se colocou em uma situação complicada e a viagem da tocha se transformou na marcha de protesto pelo Tibete. Eu não desejo o boicote dos Jogos Olímpicos, mas apoio os protestos", concluiu.