De acordo com o diretor de obras da Emop (empresa de obras públicas do governo), José Carlos Pinto, a ideia não é cercar as favelas e sim delimitar a área.
"Onde houver contato com a mata, será feito um muro mais alto, assim como em regiões de risco, como nos barrancos. A extensão dos muros não muda. O projeto não cerca a comunidade, ele simplesmente limita. Nenhum acesso está sendo fechado. Os muros só serão feitos nas áreas necessárias que a comunidade se limita com a mata e com áreas de risco. É um muro ambiental", disse o diretor.
Cabral garantiu aos líderes comunitários que os projetos de áreas de lazer e saúde para as favelas não mudam.
O presidente da associação de moradores da Rocinha, Antonio Ferreira, conhecido como Xaolin, que anteriormente era contra construção do muro, mudou de ideia e saiu da reunião a a favor do plano do governo.
"Vou elaborar um projeto para integrar os moradores como guardas florestais comunitários, para fiscalizar que o ecolimite [muro] está sendo respeitado. A partir de agora foi feito um acordo de adaptação do projeto que já havia sido elaborado", disse Xaolin
O presidente do movimento popular de favelas, Willian de Oliveira, afirmou ser a favor dos muros desde o início do projeto. Ele disse acreditar que a construção vai ajudar a levar melhorias para as comunidades. "A verba vai complementar várias coisas, na construção de praças e áreas de lazer. Pessoas veem o muro como discriminação, mas não é. Eu apoio", disse Oliveira após a reunião.
Os muros, que vão totalizar 11 km, cercarão 11 favelas do Rio, sob pretexto de impedir o avanço das construções sob a mata virgem. O projeto está sendo implantado inicialmente no morro Dona Marta, ocupado pela Polícia Militar desde novembro do ano passado. A previsão é de começar em 2010 a cercar favelas dos complexos de Lins, Penha e da Tijuca.