O Ministério Público entrou na Justiça para que o Jockey Club, na Lagoa, Zona Sul do Rio, acabe com todas as ligações indevidas de esgoto. Segundo a Promotoria do Meio Ambiente, vistorias apontam o clube como um dos maiores poluidores da Lagoa Rodrigo de Freitas.

O MP chegou a tentar um acordo com o clube, que teve seis meses para acabar com a poluição, mas o problema não teria se resolvido.

Segundo o Ministério Público, o Jockey não tem licença ambiental e é responsável pelo lançamento de esgoto sem tratamento no sistema de águas pluviais. O relatório do MP informa ainda que a Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema), a Cedae, companhia de água e esgotos do estado, e a Superintendência estadual Rios e Lagoas (Serla) fizeram vistorias no clube nos últimos oito anos. Foram encontrados resíduos de sabão, óleo, graxa e produtos químicos nas galerias de água, além de restos de material usado no hospital veterinário.

Segundo o documento, a maior parte da sujeira segue pelo canal do Rio dos Macacos, na Rua General Garzon, no Jardim Botânico. Em dias de chuva, o esgoto vai para a lagoa.

“Essa área que tem perto do Jockey é uma área que está comprovadamente poluída e que obviamente chega a ser um risco para a segurança pública de saúde por causa das doenças que podem ser causadas por ela”, afirmou o biólogo Alex Prast.

Em 2001, o clube já havia sido multado pela Feema em R$ 100 mil.

O MP quer que o Jockey elimine todas as ligações indevidas de esgoto em 45 dias e pede para que a Justiça estipule uma indenização por todos os danos causados ao meio ambiente nos últimos anos.

A Feema também deu um novo prazo de 180 dias para que o clube se adeque às leis ambientais. Se os problemas não forem resolvidos, o caso pode ser encaminhado à procuradoria geral do estado e a direção do clube responderia criminalmente pela poluição. 

A administração do Jockey Club informou que somente na quinta irá se pronunciar sobre as denúncias.