A trilha é bem longa. Dá pra fazer num dia só, mas o ideal são dois dias. Nun só, tem que comprar o ingresso do Parque antecipado e começar bem cedo, tipo 6h na portaria, porque anda-se pra burro!!! Mas recomendo fazer em dois. Dá pra começar a caminhada na tarde da véspera, tipo 14, 15h. Se começar um pouco mais cedo, chegará no bivaque ainda com luz.
Siga na trilha normal do Sino até a cota 2000. Logo após aquele mirante, quando a trilha começar a descer, entre numa picada à esquerda, descendo. Quando chegar no colo, entre a cota e a Pedra da Cruz, tem outra picada à direita, logo após uma pedra do tamanho de um anão (a trilha começa por trás dela). É o início do famoso "Caminho das Orquídeas". A trilha é bem óbvia, sem bifurcações. Após a descida, que dura uns 5 minutos, ela segue em curvas de nível, sendo até bem tranqüila. O acampamento paquequer é um pequeno descampado, com espaço para umas três barracas, logo que a trilha começa a fazer uma "subidinha" mais acentuada. Boa dica: se não quiser deixar sua barraca no meio da trilha, bem à direita do descampado, numa subidinha, tem um lugar show de bola pra uma só barraca, e fora do caminho. Comer, descansar e dormir bastante. Acordar cedo no outro dia.
Atravesse o riacho (não esqueça de encher os cantis, é a última água) e siga a trilha, subindo, em direção ao "Mirante do Inferno", costeando a base do São Pedro. Mantenha-se na trilha à esquerda, sem seguir rumo ao cume do Mirante (se bem que vale ir até lá para tirar umas fotos do "palitinho" bem de perto!!!). A trilha vai começar a descer. Quando chegar no colo entre o Mirante e o São João, a trilha da Agulha segue à direita, descendo. A famosa "geladeira". Haja joelho, tanto pra descer quanto pra subir, na volta. Siga descendo, até chegar a um bambuzal. Tem um veio d'água que escorre de uma pedra, à direita. Suba por ali. É o início do "Trepa-pedra". não tem mais erro. Uns lances de entalamento, trepa-pedra e vara-mato até chegar à base da escalada propriamente dita. Equipar e levar o mínimo necessário pro cume, de preferência sem mochila. Pode deixar tudo ali na base, sem medo. Quase não vai ninguém lá!!!
A escalada em si é bem tranqüila. O primeiro lance é uma aderencia, com entalamento no final. Um platozinho, trepa-mato em horizontal. Chega-se à base de uma fissura de +/- uns 10 metros. Lance tranquilo tb. Saída à esquerda. Prestar atenção que, na volta, o rappel é de um grampo grande que tem bem no meio da trilhazinha após a saída dessa fissura. Um trechinho de caminhada até a base da 1ª chaminé. Escala-se bem no final dela, saindo pelo buraco em frente ao São João. Seguda chaminé. A saída dela costuma estar sempre molhada. Rola botar uma fita no grampo pra subir nela. O segundo se vira pra tirar!!! Chega-se ao famoso platô do cavalinho. Ali a montanha divide quem vai no cume de quem não vai. Pode-se escalar entalado, de meio corpo ou "arestando" na fenda. A pega é excelente. O que impressiona é a altura. Olhando pra baixo vê-se o vale até o fundo!!! Depois vem a chaminé da unha. Uns 25 metros, mal protegidos pacas. Na saída, senta-se na unha e estamos de frente com o cabo de aço que leva ao cume. Vitória!!!!
Pra descer, o rappel vai do cume até a unha e depois da unha até o platô, direto, sem entrar na chaminé da unha. O outro leva da segunda chaminhé (contada da subida) até a base da primeira. Depois a trilhazinha de volta, aquele rappel do grampo grande que te falei lá em cima e o último, na aresta do primeiro lance da escalada. Voltar tudo, penar pra subir a geladeira, desmontar o acampamento, descer de volta. Dica: pra descer, vale a pena pegar a trilha que contorna a Pedra da Cruz descendo, do lado que é virado pra Terê. Em vez de voltar pro lado da cota 2000, toca um pouco pra direita no colo e depois desce à esquerda. Não recomendo pra subir porque é muito puxada, mas pra descer dá um adianto!!! Sai pra baixo do abrigo 3.
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ALEXANDRE FORMIGA |