Segundo o Ministério Público, se isso não for contido, elas podem se transformar em uma única e enorme favela que tomará grande parte da floresta.
Aos poucos, o verde vai desaparecendo: uma a uma as construções irregulares ganham espaço entre a mata do Alto da Boa Vista. A favelização desta área já foi denunciada pelo Ministério Público estadual.
Segundo o MP, 13 comunidades crescem em ritmo acelerado, desmatando o verde da floresta da Tijuca. E além do risco de desabamento, outra preocupação é que, se este crescimento não for detido, as comunidades se encontrem formando uma grande favela.
Diante dessas invasões, a promotoria do Meio Ambiente do Ministério Público entrou com uma ação civil pública contra a prefeitura, exigindo que ela elaborasse um plano de remoção e de reassentamento dessas famílias. Isso foi em outubro do ano passado. A prefeitura teria 30 dias para cumprir a determinação, mas até agora nada foi feito.
A prefeitura diz que a área da floresta da Tijuca é fiscalizada pelo Ibama, que pertence ao governo federal e que por isso não pode retirar as famílias. O Ministério Público intimou também o Ibama, que ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Enquanto isso, uma moradora do Itanhangá assiste da janela de casa as invasões se multiplicarem e a vegetação ir embora.
“Eu na realidade espero que a autoridade cumpra seu papel, da mesma forma que, se eu cortar uma árvore, eu recebo uma multa. Lá existe um desmatamento, uma construção acelerada e não vemos a mesma eficiência. Isso é Mata Atlântica, não pode acabar e é preciso urgência, que se faça alguma coisa”, defende ela.
O Ibama informou que as construções na área de mata no entorno do parque devem obedecer às leis urbanísticas do município e que por isso cabe à prefeitura fiscalizar. Já o prefeito Cesar Maia informou em nota que é o local é uma área federal e que o município não tem gestão sobre o lugar.
Sobre o crescimento na favela Chácara do Céu, que o RJTV mostrou nesta semana, o prefeito Cesar Maia reafirmou hoje na internet que não há crescimento horizontal na Chácara do Céu. Segundo o prefeito, a favela cresceu 17% entre 1985 e 1999, mas, nos últimos oito anos, a comunidade não expandiu sua área.