A violenta erupção do vulcão japonês Ontake, o segundo maior do país, deixou até o momento trinta mortos e dezenas de desaparecidos. Segundo informações da polícia local recolhidas pela agência oficial Kyodo, as equipes de resgate encontraram 31 corpos de pessoas que sofreram parada cardiorrespiratória perto da cratera. As autoridades se recusaram a confirmar oficialmente as mortes enquanto aguardam a realização de exames formais por parte de um médico, de acordo com os procedimentos no Japão.
Os mortos são escaladores que foram surpreendidos pela erupção e ficaram inconscientes provavelmente pela inalação de fumaça tóxica e cinzas ou após serem atingidos pelos detritos que o monte está cuspindo desde sábado. Outras 45 pessoas permanecem desaparecidas depois de o vulcão, de 3.067 metros de altura, ter entrado em erupção no sábado ao meio-dia, enquanto centenas de pessoas se encontravam nele, um destino muito popular para excursões e ainda mais durante os meses de outono. A maioria conseguiu descer por conta própria no mesmo dia, outros foram resgatados pelas Forças de Autodefesa do Japão (Exército), que executaram as ações de socorro com a ajuda de um helicóptero.
A proximidade dos corpos com o cume do monte “complica enormemente” a recuperação devido às constantes erupções, explicaram os funcionários locais à agência japonesa. De fato, as operações tiveram que ser suspensas em várias ocasiões, seja pelo aumento dos níveis de gases tóxicos ou pela falta de luminosidade. As autoridades confiam que a maioria dos 45 desaparecidos tenha alcançado algum refúgio de montanha na encosta do vulcão. As imagens de televisão mostram excursionistas que surgem da nuvem de cinzas para alcançar as equipes de resgate, enquanto as imagens aéreas revelam edifícios cobertos de cinza e danificados pela queda dos detritos. Espera-se que as operações de resgate para encontrar os desaparecidos sejam retomadas nas primeiras horas de segunda-feira.
“O teto do refúgio da montanha desmoronou após duas pancadas das pedras, e por isso tive que me proteger debaixo do edifício”, disse um dos sobreviventes à televisão nacional NHK. “A cinza se acumulou tão rápido que não pudemos nem sequer abrir a porta”, explicou à agência Reuters um dos trabalhadores de um albergue situado perto do pé do vulcão. Acreditava-se até 1979 que o monte Ontake, localizado a cerca de 100 quilômetros da cidade de Nagoya, estava extinto, até que teve início uma série de erupções que cuspiu 200.000 toneladas de cinzas e detritos. O vulcão se ativou novamente em 1984, 1991 e 2007, ainda que tenham se tratado de erupções menores.