Arquivo da categoria: Relatos

Descobrindo a Via Leste do Dedo de Deus

Quando cheguei nesse ponto, os dois me disseram que a próxima escalada eu guiaria, pois era o meu estilo! Aceitei prontamente, mas desconfiando que estilo seria esse… Dois grampos e uma curva depois, descobri que só poderia ser o estilo de se fuder, porque eu estava numa rampa de aderência bem inclinada com somente um entalamento de mão à esquerda e uma pedra formando uma espécie de canaleta onde eu empurrava minhas costas contra para não escorregar. Abaixo de mim somente o vazio. A mochila atrapalhava muito com as botas volumosas dentro e, em alguns pontos, não era possível entalar a mão esquerda. Começou a passar pela minha cabeça desistir, senti escorregar um pouco, blasfemei pela lama do diedro inicial na minha sapatilha, o grampo que era longe, tentei tirar um friend, me preparei para uma queda linda de uns dez metros, pêndulos, ficar pendurado no vazio… Continue lendo Descobrindo a Via Leste do Dedo de Deus

Mauá – Itamonte: Travessia Invernal na Mantiqueira

Pra um pais celebrado por suas paisagens tropicais, maio/julho sempre foi sinônimo de montanha. Proximo de sampa há a extensa Serra da Mantiqueira, q alem de refugio invernal oferece um sem-numero de opções de caminhadas de todo tipo. Uma delas é a Mauá/Itamonte, q atravessa em 3 dias moderados parte desta enorme serra, contorna o + antigo pq nacional do pais (Itaitaia) e proporciona visuais belíssimos de montanhas, vales e é agraciada c/ muitas nascentes de agua cristalina.

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Mauá – Itamonte por Jr e Bia

Às onze, despertamos num susto pra logo após tomar outro susto: o grupo de SP não estava lá. Comecei a me preocupar e me lembrei de uma chamada não atendida no meu celular de Bob que eu não consegui retornar. Teriam eles partido no dia anterior? Estariam apenas atrasados? Aguardava enquanto tentava ligar para os celulares de Bob e Luizão – caso furasse lá em Mauá, eu tinha a idéia de subir com o pessoal que ia pra Marins – Itaguaré. O tempo passava, almoçamos um prato feito num pequeno estabelecimento lá perto e decidi encarar aquela travessia assim mesmo, somente com a Bia. Saí procurando informações com os moradores do local.

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De Barra de Guaratiba à Ilha Grande de Caiaque

biaA Bia, entre outras coisas, nunca tinha acampado, andado de caiaque e no domingo de carnaval eu a enganei dizendo que iríamos andar nos canais e mangues de Barra de Guaratiba e acabamos chegando na Ilha Grande no fim da tarde de segunda-feira!

Animado com a otimista previsão do tempo, imprimi a tábua de marés, um mapa da Restinga da Marambaia, fiz um croqui a mão de um da Baia de Sepetiba e com um irônico pedacinho de esperança incluí a pontinha leste da Ilha Grande. Continue lendo De Barra de Guaratiba à Ilha Grande de Caiaque

Pico da Bandeira

Rastreando o caminho e quase que farejando a trilha, depois de nos perdermos um pouco, chegamos no fundo do vale e tomamos a direção norte para tentar encontrar a trilha de volta. Novamente caminhávamos por gramíneas, tentando seguir uma trilha-fantasma, ou um tênue sinal de que aquele chão já fora pisado um dia. Brinquei novamente dizendo que a luzinha do perrengue já tinha começado a piscar e a escuridão chegou acabando com qualquer esperança de nos mantermos em uma trilha.

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Estrada Real de Bike

Qualquer um fica fascinado quando assiste competições de aventura e não foi diferente comigo. A medida que elas foram se tornando cada vez mais populares e mais acessíveis com as competições nacionais e de duração de 1 ou 2 dias, eu e meus amigos começamos a pensar cada vez mais na hipótese. Foi quando eu tomei conhecimento de uma corrida que haveria no final de outubro e pensando nisso, comprei minha bicicleta e entrei de cabeça nesse novo esporte. Faltava agora treinar e inventei de ir visitar meu amigo Billy que estava agora morando em Juiz de Fora, só que eu iria pedalando! Comecei a contar minha idéia para Alessandro que também se animou e tratou de procurar uma bicicleta usada para comprar. A idéia seria comprá-la, mas deixar lá em Minas com Filipi Billy Jean que queria uma bike para poder competir comigo na corrida de aventura. Logo Luizão ficou sabendo e resolveu montar uma boa bike com as duas que ele tinha em casa. Com alguma ajuda minha e uma ou outra peça da outra bike, finalmente ressuscitamos uma bicicleta que já estava guardada a um bom tempo toda desmontada.

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Gelo na Eslováquia

Na primeira vez que saí do Brasil, me perguntavam: “-Europa tudo bem, mas por que Eslováquia?” Eu havia conhecido uma menina chamada Kristina da República Tcheca pelo ICQ e ela me convidou para ir passar um tempo com ela , os amigos e a família, nas montanhas da Eslováquia. Aproveitando uma passagem mais barata que minha irmã arrumou como comissária de bordo, treinei meu inglês, arrumei um dinheiro e fui.

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Pico do Papagaio 2004

Estou na barca Lagoa, no percurso Mangaratiba – Ilha Grande. São 08:00 h de uma manhã de domingo ensolarada. Fico a contemplar as pessoas, o mar, as aves, o balanço gostoso que me faz retornar à cadeira de balanço de papai… Limpo a mente de todos os problemas e mentalizo minhas energias para aquela montanha que cresce em minha frente com uma postura arrogante como quem diz: “poucos conseguem chegar ao meu cume, poucos se atrevem a pisar meu corpo, poucos se atrevem a fincar estacas em meu rosto, mas para aqueles que persistem, que não desistem na primeira adversidade, guardo uma pequena jóia: a visão do paraíso. Uma imagem que marcará sua alma tal como um ferro em brasa na sua carne.” Continue lendo Pico do Papagaio 2004