Todos os posts de junior

Projetos de estruturas para escalada esportiva

Criada na Ucrânia na década de 70 e introduzidas nos EUA pelo escalador Toni Yaniro, as estruturas próprias para a prática da escalada indoor vem se tornando populares e, a cada dia, recebendo mais praticantes em busca do aperfeiçoamento das capacidades físicas exigidas pelo esporte.

Características Básicas:

  • Mínimo 10m² para realizar um bom treinamento.
  • Preferencialmente montadas em locais cobertos e protegidos de intempéries.
  • O esqueleto da estrutura, geralmente, é construído com caibros de madeira medindo 5X7 cm ou perfis metálicos 40X40X3 mm.
  • A superfície escalável é formada por compensados navais (cola fenólica) de, no mínimo, 15 mm de espessura.
  • Cada compensado deverá dispor de, no mínimo, 10 perfurações / m² para a instalação das agarras de resina.
  • Para fixar os compensados no esqueleto da estrutura poderão ser utilizados parafusos tipo Mitofix, pois são mais fáceis de manusear e possuem baixo custo.
  • Para instalar as agarras utilize porcas agarra e parafusos sextavados (ou alen) de 6 mm, facilmente encontrados nas melhores ferragens de sua cidade.

Dicas para a montagem:

  • Antes de montar a estrutura tenha em mente duas coisas: o que você pretende montar e o que você pode montar.
    Não se deixe levar pela altura.
  • Prefira estruturas convexas, pois as mesmas proporcionam um trabalho de pernas mais exigente.
  • Descarte as estruturas verticais ou pequenas demais, pois logo se tornam inúteis se não forem móveis.
  • Não adianta inclinar a sua estrutura menos de 30º.
  • Quanto maior a inclinação, mais consistentes deverão ser os pontos de sustentação da estrutura e maior deverão ser o tamanho das agarras para evitar lesões.
  • Evite comprometer os espaços vitais de sua casa bem como montar a estrutura próxima a móveis e outras peças frágeis, pois o carbonato de magnésio, com certeza,  tomará conta de tudo.
  • Sua estrutura será divertida, funcional ou lesiva conforme o desenho do projeto e o dinheiro que você pretende investir nela.
  • Eleja agarras de várias marcas, tamanhos e formas.
  • De nada vale uma estrutura gigante se a mesma poderá, algum dia, soterrá-lo.
  • Considera-se média a estrutura que possuir 50m² e grande a que possuir mais de 150m² de área construída.

Construa você também um muro para treinamento ! Veja aqui o passo-a-passo da construção de um muro caseiro. (todas as fotos estão em alta resolução para que se possa avaliar os detalhes, basta clicar na foto para visualizar em detalhes.) Eu tinha no fundo da minha casa uma área coberta com telha de fibrocimento, onde o pé direito em seu lado mais alto, beirava os 3,00m. Foi ali que decidi construir o muro. Quis fazer um teto, um negativo, e um bom teto para treinar mais e mais…

Mãos a obra e bons treinos !!! Agradecimentos (e boa parte do material) ao

Prof. Orlei Jr. (contato@mundovertical.com)

Fonte consultada:

PALACIOS, José & BULLIDO, Esther. Móntatelo en Casa. Ediciones Desnivel. 1995.

 

 CONSTRUA O SEU PRÓPRIO PRIVATE WALL

Tendo um muro em casa você é o dono do seu próprio muro, logo não precisará pagar para escalar.
            Com o muro dentro de casa, não tem mais aquela desculpa de estar com preguiça para ir treinar! Afinal de contas é só ir para aquela salinha ao lado e malhar.
            Os melhores escaladores gringos tem um private wall em casa. E pode apostar, não é maior que o seu futuro muro.

   Convencido? Ok, então vamos para o passo seguinte: $$$.
   Primeiramente, é preciso deixar uma coisa bem clara: O muro apresentado em seguida é apenas um exemplo de vários modelos de private wall que existem mundo afora. Este muro, segundo a minha concepção, parece ser o mais prático e funcional para a nossa realidade, por isso o citarei como exemplo. Existe uma grande gama de private walls por aí. Muros com estrutura em metal, muro fixo, regulável, biarticulado… Logo, o modelo seguinte não será um muro com verdades e versões absolutas.

 THE WALL

    Este muro possui 2,2 m de largura por 3,3 m de altura, o equivalente a 7,26 m2 e capacidade para 207 agarras. Também possui um sistema de regulagem de inclinação (tempo estimado para mudança de inclinação: 1min.), permitindo que você escale em “setores” diferentes. (Fig.1)
 

 ESPAÇO MÍNIMO NECESSÁRIO

   Para um muro deste porte é preciso uma área de no mínimo 8,75 m2 (3,5 x 2,5 m) e uma altura mínima de 2,8 m.


Figura 1 – Muro modelo.

 O MATERIAL

              3 chapas de compensado 15mm x 220m x 110.
              4 caibros de 8 x 5 x 330cm.
              3 caibros de 5 x 5 x 220cm
              6 guias de 2,5 x 10 x 50cm
              9 chapeletas
              9 mosquetões ou malhas rápidas.
            50 parafusos mitofix de 35mm
          180 porca-garras
            36 parafusos de cabeça francesa 5/16 x 110mm
            12 parafusos sextavados 5/16 x 100mm
            12 parafusos de cabeça francesa 5/16 x 55mm
              1 par de polia com 3 roldanas
              6 elos de corrente de 5/16
              3 chumbadores 3/8 x 4 pol.
              1 broca de aço rápido 6mm
              1 broca de aço rápido 8mm
              1 broca de vídia 3/8 pol.
              1 broca chata 1 pol.
         40m de corda 10mm (pode ser de poliamida)
              3 prussiks de 1m cada
           1 L tinta para madeira (opcional)


mitofix


 

chumbadores


 

porca-garra
 

PASSO 2, MÃOS À OBRA

   Uma vez comprado o material, o passo seguinte será furar as chapas de compensados para colocar as porca-garras.
   Existem dois métodos de perfuração de chapas: O primeiro é o método randômico, ou seja vai furando…aqui… , ali…, acolá. O segundo método é um pouco mais racional. Consiste e fazer furos eqüidistantes (figura 2). Para poupar trabalho use uma chapa como matriz onde, com uma régua e um lápis, você mede e marca os furos e depois coloca as outras chapas uma sobre as outras e fura todas juntas. Em seguida, separe uma das chapas (será a chapa da base), e com as duas restantes faça mais um furo no meio de 4 furos.(figura 3).
   Assim, você terá o dobro de furos numa mesma chapa. Pois não se esqueça: Num muro pequeno é de suma importância aproveitar ao máximo o espaço disponível.


Figura 2 – Exemplo de furos simétricos.


Figura 3 – A estrutra

    Bem, agora que você já furou as chapas, está na hora de fazer barulho! Coloque as porca-garras em todos os furos com o auxílio de um martelo. Isso vai cansar.
            Uma vez terminado de colocar as porca-garras o passo seguinte será ver se o espaço disponível para o seu muro é suficiente para que o muro possa ser montado no chão ou se precisará ser montado já em sua posição final. Se você puder montar o muro fora do espaço e puder leva-lo para dentro, sem problema. Agora, se você vai montar o seu muro dentro do espaço destinado para o mesmo, veja se é possível dar um loop de 180 graus em qualquer um dos eixos depois de montado (para isso é preciso dispor do dobro de espaço).
           Caso voce não tenha respondido sim para nenhuma das alternativas anteriores, o seu caso será um pouco mais complicado… e o mais normal.
           Como acredito que a grande maioria das pessoas se encaixa na ultima situação, vamos ver como proceder.
           O primeiro passo será fazer 3 furos na parede onde serão colocadas as ancoragens do muro. Cuidado para não furar um cano d´agua! Deverá ser feito 3 furos no ponto mais alto possível da parede. (Espaçado entre si a uma distância de 110 cm)

   Colocadas as proteções, o passo seguinte será montar a estrutura. Coloque os 4 caibros de 330cm paralelos e atravesse os três caibros de 220cm. (Uma no meio e as outras duas nas suas extremidades. Não se esqueça de deixar um pequeno espaço entre a ponta e o caibro no caibro da base (figura 4)).
   Uma vez visualizado, marque as intersecções e faça um furo de 1 cm com uma broca chata nos caibros de 330 cm e atravesse os dois com um furo de 8 mm. Aparafuse firme todas as intersecções com os parafusos de 5/16 x 100 mm. Não se esquecendo de colocar as chapeletas nos 6 parafusos superiores. (Figura 5)
   Montada a estrutura, vamos levanta-la, já com os sistemas de polias prontas. As equalizações e os sistemas de polias são um tanto quanto complexos de serem explicados em palavras. Logo, será feito pelos gráficos que seguem. (figura 6).


Figura 4 – Detalhe de uma intersecção.


Figura 5 – Detalhe do sistema de amarração das pontas.


DETALHE A – Ligação muro – corda.


DETALHE B – Sistema de cordas no ponto de fixação com a parede.



Figura 6 – Sistema de polias na parte central do muro.


Figura 6 – Organização dos pontos de fixação.

         Com a estrutura em pé, é preciso colocar as chapas de compensados. Na base coloque aquela chapa com menos furos prendendo-a com mitofix e parafusos de cabeça francesa 5/16 x 110, como mostrado na figura 7. Prenda da mesma forma as chapas subseqüentes.
          Por fim, coloque os pedaços de guias 2,5 x 10 x 50 cm com parafusos 5/16 x 55 mm atrás do muro e entre as chapas. (figura 8).
          Para dar aquele acabamento só falta dar uma pintada e pronto! Agora só falta fazer aquele pedido esperto para a Sauro.

 


Figura 7 – Fixação dos reforços (em verlmelho)

 Alguns links estrangeiros :

Hold Article by Matt Newton
Home Climbing Wall Article by Matt Newton
How to Build A Wall
The Hold

Traumas Faciais no MTB – Cuidados

Pedalar de Moutain Bike é muito bom, promove uma sensação de liberdade indescritível principalmente no contato com a natureza: É comum ocorrer acidentes, principalmente com quem faz “Down Hill” e os mais abusados no Free Ride. Mesmo quem faz Cross Country deve se proteger principalmente usando luvas, roupas adequadas e o capacete. Quando você cai da “bike” a primeira proteção é feita com as mãos e se não for suficiente o capacete faz a segunda proteção que é vital. Existem capacetes para Down Hill que protegem o rosto, mas o nosso tipo de capacete não protege e por isso não estamos livres de machucar o nariz, labios ou os dentes. Para os Bikers “normais” existem protetores bucais, que são desconfortáveis e dificultam a respiração. Deveriam ser usados, mas quem agüenta? Se o pior acontecer, existem algumas recomendações que devem ser seguidas: Continue lendo Traumas Faciais no MTB – Cuidados

GPS

sextante.gif (35890 bytes)Antigamente, um marinheiro usava um aparelho ótico, o sextante (fig. a esq.), para medir a posição de certas estrelas. Baseado nos valores obtidos, ele calculava sua Latitude, ou seja, o quanto estava acima ou abaixo do equador.

Como se sabe que o sol se “move” a uma velocidade de 15 graus por hora, este mesmo marinheiro, quando quando zarpava do seu porto, trazia em seu navio vários relógios de alta precisão denominados cronômetros. Os cronômetros tinham sido ajustados pelo meio-dia solar, no porto de origem. Assim, quando em viagem, o marinheiro sabia que a diferença entre o meio-dia solar do local, e as 12:00 indicada pelo cronômetro, representava a sua longitude relativa ao porto onde o relógio tinha sido acertado. A neura dos antigos, no tocante aos cronômetros chegou a tal ponto, que certos navegantes de renome chegaram a levar 22 cronômetros a bordo! E cada um pesava nada menos de 35 kg!

Apesar de arcaicos, foram estes os instrumentos que permitiram a confecção dos primeiros mapas realmente utilizáveis. As limitações destes intrumentos são óbvias. Como visar as estrelas se estiver nublado? E se o cronômetro adiantar (ou atrasar)?

GPS-Constelação.GIF (45259 bytes)Assim, o bicho-homem criou sua própria constelação de navegação! Pôs em órbita, a uma altitude média de 20.200 km, uma constelação de 32 satélites (24 ativos e 8 de reserva), distribuídas em 6 diferentes “camadas” orbitais para os satélites não trombarem uns nos outros. E em vez de usar um instrumento ótico para os visar, criou um receptor de rádio de grande sensibilidade e pequeno tamanho.

A este conjunto, os americanos deram o nome de GPS, sigla que significa “Global Positioning System” ou Sistema Global de Posicionamento. O que o GPS faz é o mesmo que um sextante e o cronômetro fariam: lhe dar as coordenadas do ponto onde você está no momento. Mas, o GPS faz isto de uma modo mais amigável, pois tanto pode lhe fornecer as coordenadas geográficas (Graus, Minutos e Segundos) quanto as U.T.M. (metros). O sistema GPS foi criado, inicialmente, para uso marítimo e aéreo. Mas, como os primeiros receptores saíram das fábricas pequenos o bastante, puderam ser empregados em veículos terrestres e, finalmente, por pessoas, individualmente. Tão grande e óbvia era a utilidade do GPS que, apesar do sistema ter sido planejado para uso exclusivamente militar, praticamente desde o início já se considerou o uso pelos civis.

O Sistema GPS

GPS
GPS

 

O GPS não é apenas um aparelhinho que a gente sai carregando por aí. Esta coisinha é apenas o receptor do GPS. Simplificando as coisas, nosso receptor GPS é formado por antena, receptor de rádio, microprocessador,  memória, telinha de cristal líquido e alguns botões.

A inclinação das óbitas e as velocidades dos satélites da constelação GPS foram calculadas de forma que é garantido que, em qualquer parte do mundo e a qualquer hora, haverá um mínimo de 3 ou 4 satélites bem acima do horizonte. Ou seja, satélites que o nosso aparelhinho receptor poderá “enxergar”.

 

Cálculo da localização
Cálculo da localização

Cada um destes satélites está constantemente transmitindo dados em diferentes canais de frequência de rádio. Num canal, é transmitido os dados de almanaque. Ou seja, qual a posição esperada dos satélites de tempos em tempos. Noutro canal, é transmitida a hora. O que o nosso receptor faz é memorizar os dados de almanaque, receber os dados horários e cronometrar estes últimos. Pelos dados de almanaque, nosso receptor sabe onde está cada satélite (latitude, longitude e altitude). Cronometrando os tempos que os sinais horários levam para chegar até ele, vindo de diferentes satélites, nosso receptor é capaz de calcular as distâncias entre ele e os satélites envolvidos. Sabendo as coordenadas dos satélites, nosso receptor pode calcular suas próprias coordenadas. Ou seja, onde estamos. O nosso receptor refaz estes cálculos continuamente.

Erro induzido

Desde as zero horas de 1º de maio de 2000, por ordem direta do Bill Clinton, o DoD desativou o Erro Induzido. Com isto, todos os receptores GPS, por todo o mundo, passaram a ter maior precisão, podendo chegar a até 6 metros de acuidade.

Este aumento de precisão é automático, não requerendo qualquer alteração no software ou hardware.

Sub-Produtos

Uma vez tendo as coordenadas de onde estamos, o GPS pode calcular a declinação magnética local. Ou seja, a diferença angular entre o Norte Geográfico e o Norte Magnético. Este último é para onde aponta a agulha da bússola. Basta a gente andar um pouquinho para que nosso GPS determine nossas novas coordenadas. Aí, tendo as coordenadas de onde estávamos, e as de onde estamos agora, o GPS pode calcular a distância, e o azimute entre estes dois pontos. Ou seja, o quanto nós andamos e em que direção. Como já calculou a declinação local, ele pode nos mostrar esta direção em termos de norte magnético, como a leríamos na bússola.

––– Em resumo, o GPS substitui a bússola?

Sim, teoricamente, sim. Mas, temos que nos certificar que ele está nos apresentado o azimute magnético (e não o verdadeiro). Como verificar isto depende da marca e modelo do seu GPS. Verifique o seu manual.

Na prática, não podemos manter o GPS ligado o tempo todo, pois ele “come” muita pilha. Já a bússola não gasta energia. Assim, é preferível usar o GPS ocasionalmente como um verificador da bússola.

––– O GPS também fornece a altitude?

Sim. Mas, é uma tremenda porcaria como altímetro.

Como eu uso o GPS

Vejamos como costumamos a usar um mapa. Primeiro, localizamos nosso ponto de partida, e o marcamos no mapa com um pontinho ou um “x”. A medida que seguimos nosso trajeto, vamos marcando, no mapa, alguns pontos importantes  por onde passamos. Sempre registrando-os com um “x”, talvez. Uma pessoa mais cuidadosa, ou metódica, poderia dar números aos pontos e anotar os azimutes lidos e as distâncias, entre estes pontos, e talvez a hora em que se passou por cada um. Em suma, o mapa nos serve como um local para armazenarmos (registrarmos) os dados de nossa caminhada. Caso queiramos retornar ao ponto inicial por outro caminho, o mapa (junto com a bússola) serve como meio de obter o azimute necessário.

Ora, é justamente isto o que um receptor GPS faz! Ou seja, com o GPS a gente pode “se virar”, mesmo não tendo um mapa.

De um modo geral, a memória do receptor GPS está dividida em rotas (lembre-se que ele foi criado para navegação marítima ou aérea). Um GPS-12, da Garmin pode memorizar até 20 rotas (da 0 a 19) cada qual com até 30 pontos (chamados “Waypoints”, “Pontos de Passagem”, em bom português). Isto dá um total de 500 pontos! Mais do que o bastante, para nós, caminhantes! Apertando-se um botãozinho, o GPS memoriza as coordenadas e a hora local. E registra o ponto na rota que estiver ativa (a rota zero, por padrão). Sendo que você pode ativar a que preferir.

É isto que eu faço quando inicio a trilha:

1- Antes mesmo de sair de casa, ligo o GPS e espero que adquira os dados dos satélites.

2- Escolho uma rota, ativando-a. Certifico-me que o GPS estará me apresentando as coordenadas no       formato métrico, azimute magnético e que está com o datum “Córrego Alegre” ativo.

3- Desligo o GPS e vou pegar meu ônibus para o local de início do meu passeio. Uma vez no ponto inicial do passeio;

4- Ligo o GPS e espero que adquira novamente os dados dos satélites. Registro meu ponto (no Garmin 12, basta apertar o botão “Mark”).

O passo 4 eu repito em cada ponto de parada, em cada bifurcação importante ou duvidosa. Em cada vez, o aparelho dá um número ao ponto e o grava na  rota, calculando a distância e o azimute entre os pontos consecutivos. cada ver que eu “marco o ponto” anoto minhas observações sobre a trilha, tipo do terreno, paisagem, razão da parada, hora… E por aí afora. Uso um desses gravadores miniatura. É bem mais fácil que anotar com as mãos suadas e às vezes trêmulas de fadiga.

Assim, ao chegar no local do acampamento, no final do dia, eu já tenho um roteiro praticamente pronto.

É claro que assim que chego em casa, tenho que passar tudo para o papel, ou para o computador, depende da minha preguiça…

O macete é sempre ter registrados, no GPS, as coordenadas de todos os pontos de bifurcações, locais de parada, locais de pernoite e qualquer outro, onde dúvidas tenham lhe assaltado. Especialmente o ponto para o qual se quer voltar!

Planejando

Podemos, também, usar o receptor GPS para planejar uma excursão. Ele tem um “modo de simulação”. Neste modo de operação, o aparelho funciona normalmente, só não tenta captar qualquer satélite. Em outras palavras: seu módulo rádio-receptor fica desativado. Mas, seu micro-processador, sua memória, tela e botões funiconam normalmente. E tudo que for gravado na memória, enquanto no modo de simulação, lá permanece quando o passamos para o modo operacional normal.

Digamos que pretendemos excursionar por uma região que nos é completamente desconhecida, e que não temos como fazer um reconhecimento prévio. Com cuidado, podemos medir, num mapa, as coordenadas de determinados pontos. Digamos um ponto à beira da estrada, de onde pretendemos partir a pé. O mesmo fazemos para os pontos, ao logo do trajeto escolhido, de onde partem nossas rotas de fuga, e os pontos onde elas chegam. Também as coordenadas de casas ou comunidades que estejam representadas no mapa, relativamente próximas ao caminho planejado.

Um GPS é capaz de memorizar centenas de pontos (waypoints). A quantidade exata depende do modelo e marca. E podemos entrar com as todas estas coordenadas obtidas do mapa. Em alguns modelos, temos que “digitar” estas coordenadas diretamente no receptor. Outros modelos podem ser conectados a um micro-computador, através de uma cabo e um programa próprios.

O GPS é confiável?

Bom, pelo menos os americanos são honestos o bastante para nos informar qual o erro do momento (o valor aparece na telinha sob o título “EPE” (erro estimado de posição)), mas não dizem qual a direção e sentido deste erro. Porém, isto já nos permite alguns cálculos simples. Vamos considerar um erro de 100 metros.

Digamos que, no ponto de partida, você entrou com as coordenadas do destino final de sua caminhada no GPS. À medida que vai caminhando, o aparelho vai lhe dando o azimute magnético que você deve seguir. É confiável?  Se você está a 3000 metros do destino, o azimute fornecido pelo GPS estará com 1,9 graus de erro. Digamos que, agora, você está a 1000 metros de tal ponto. O erro do azimute terá aumentado pra 5,71 graus. Se você estiver a 100 metros do alvo, o erro será de 45 graus!

Mas, estes cálculos só valem se o erro se mantiver nos 100m, constantemente, o que não ocorre. O erro muda o tempo todo. Isto ocorre devido a alteração constante das posições dos satélites lá em cima. Enquanto houver 4 (ou mais) satélites, 45 graus acima do horizonte, bem espalhados (de preferência de modo regular), o receptor poderá, então, realizar os cálculos com um erro mínimo. Mas, os danados dos satélites não param! Assim, nem o erro indicado no mostrador EPE…

Assim, caso você precise de executar uma navegação precisa, faça-o nos momentos em que o EPE estiver baixo.

Uma coisa é certa: a menos de 6 metros do alvo (o erro mínimo do sistema), o GPS de pouco vale. Mas, se a apenas 6 metros, você ainda não consegue ver seu destino… É, você está com sérios problemas (no mínimo de visão)!

Lembre-se: enquanto o EPE for igual (ou maior) que a distância entre você e seu alvo, o GPS não é confiável.

Nas Montanhas

Pelo exposto acima, o GPS devem ser usado com cautela nas montanhas. O mesmo vale para a bússola. Isto por que ambos os aparelhos apontam uma direção, e não um caminho. E nas montanhas precisamos seguir pelos caminhos, para não cairmos em fendas, despenhadeiros e outros abismos. Portanto, use estes instrumentos com prudência.

Pontos negativos

O GPS precisa de horizontes amplos, para funcionar bem. E os rádio-sinais oriundos dos satélites chegam fracos cá embaixo. Isto significa que o receptor não funciona dentro de casa, de grutas ou qualquer outro local fechado. E é bem provável que não funcione em um canyon relativamente estreito. O receptor não funciona muito bem nas ravinas profundas e grotas estreitas. E na mata fechada, provavelmente você terá que subir numa árvore para fazer a leitura do ponto. O céu pesadamente encoberto também pode prejudicar as leituras do GPS.

O receptor precisa de, no mínimo, 4 satélites para obter um ponto bi-dimensional confiável (latitude e longitude) e de pelo menos 5 satélites para uma boa leitura tri-dimensional (latitude, longitude e altitude). Quando você obtém a altitude, significa que os dados referentes a latitude e longitude estão tão precisos quanto possível.

E o mais importante: o GPS não substitui um bom planejamento!

Gelo na Eslováquia

Na primeira vez que saí do Brasil, me perguntavam: “-Europa tudo bem, mas por que Eslováquia?” Eu havia conhecido uma menina chamada Kristina da República Tcheca pelo ICQ e ela me convidou para ir passar um tempo com ela , os amigos e a família, nas montanhas da Eslováquia. Aproveitando uma passagem mais barata que minha irmã arrumou como comissária de bordo, treinei meu inglês, arrumei um dinheiro e fui.

Continue lendo Gelo na Eslováquia

Pico do Papagaio 2004

Estou na barca Lagoa, no percurso Mangaratiba – Ilha Grande. São 08:00 h de uma manhã de domingo ensolarada. Fico a contemplar as pessoas, o mar, as aves, o balanço gostoso que me faz retornar à cadeira de balanço de papai… Limpo a mente de todos os problemas e mentalizo minhas energias para aquela montanha que cresce em minha frente com uma postura arrogante como quem diz: “poucos conseguem chegar ao meu cume, poucos se atrevem a pisar meu corpo, poucos se atrevem a fincar estacas em meu rosto, mas para aqueles que persistem, que não desistem na primeira adversidade, guardo uma pequena jóia: a visão do paraíso. Uma imagem que marcará sua alma tal como um ferro em brasa na sua carne.” Continue lendo Pico do Papagaio 2004