Artistas que defendem o fim das obras de transposição do rio São Francisco ocuparam nesta quinta-feira a tribuna do Senado e atacaram o governo. O ator Ca
Artistas que defendem o fim das obras de transposição do rio São Francisco ocuparam nesta quinta-feira a tribuna do Senado e atacaram o governo. O ator Carlos Vereza disse ser difícil confiar em uma gestão que envolve suspeitas de mau uso de cartões corporativos. Já o ator Osmar Prado chorou e acabou silenciando a platéia formada por parlamentares e intelectuais, enquanto a atriz Letícia Sabatella pediu que o debate sobre as obras não se transformem em um teatro.
"Me perdoe, mas não confio na atual estrutura governamental, ela não passa confiabilidade. Como não passam confiabilidade os cartões corporativos e os gastos pessoais [também] não passam confiabilidade", disse Vereza, que subiu à tribuna acompanhado pelos atores Santos e Letícia.
Antes dele, Osmar Prado chorou ao lembrar da greve de fome feita pelo bispo dom Flávio Cappio em protesto às obras de transposição do São Francisco. "Não é uma representação", disse o ator, enxugando as lágrimas e silenciando a platéia. "Admiro a coragem do bispo de doar sua própria vida em benefício do povo e que tem a coragem que falta aos dirigentes", disse ele.
A primeira a discursar, na tribuna, foi Letícia Sabatella. Emocionada, a atriz apelou aos deputados e senadores presentes no plenário. "Espero que o debate [feito hoje] não seja um teatro", afirmou ela.
O debate sobre a transposição do rio São Francisco provocou hoje várias discussões no plenário do Senado. O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) foi alvo de críticas de artistas. Antes, ele atacou d. Cappio, presente à sessão. "É preciso que os críticos tomem juízo", disse o deputado, que havia brigado por meio da imprensa com Letícia Sabatella.
Ao discursar no plenário, Gomes dirigiu-se ao bispo de forma imperativa. "Bispo, olhe para mim." Segundo o ator Carlos Vereza, quando o religioso olha para cima é porque ele está meditando, não é descaso com o interlocutor. O debate se estende e envolveu parlamentares, o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), intelectuais e artistas.