Vulcão Ojos del Salado, no Chile, poderia ser até 100 m mais alto que atual ‘campeão’. Expedição realizada ao monte sugere que suas medições atuais estão erradas.
Com 6.962 metros, o Aconcagua é considerado o pico mais alto do continente americano, mas uma expedição franco-chilena escalou o vulcão Ojos del Salado, situado na fronteira entre Argentina e Chile, para verificar se o título de “teto das Américas” deve mudar de mãos.
Para tirar a dúvida, em 23 de março passado, a expedição de 11 pessoas subiu ao vulcão. Segundo registros oficiais, ele tem 6.893 metros, para fazer medições com equipamentos de precisão orientados via satélite.
Dados anteriores indicam que o Ojo del Salado teria entre 25 e 187 metros a mais do que o oficialmente medido. O tenente da reserva do Exército chileno René Fajardo, chefe da primeira expedição chilena ao topo do Ojos del Salado, em 1956, afirma que o vulcão mede 7.080 metros.
A missão, batizada de “Em busca do teto da América”, usou como método de medição um geóide (instrumento com forma semelhante à da Terra) que utiliza dados via satélite reconhecidos por instituições científicas mundiais.
“Vamos ter uma altitude muito exata, muito precisa como base para futuras expedições, as quais vão querer, de alguma forma, refinar essa altitude”, antecipou o engenheiro agrimensor, Omar López.
“A altitude que temos é superior à oficial do Instituto Geográfico Militar, agora temos de confirmá-la com eles”, disse o francês Marc Turrel, membro da expedição e diretor da revista Andes Magazine, que a organizou.
A missão durou 18 dias e agora os dados estão nas mãos do Instituto Geográfico Militar de Santiago do Chile.
Por enquanto o monte Aconcágua, na província argentina de Mendoza, ostenta o título de mais alto do continente.
Já o Ojos del Salado, situado 1.000 km ao norte de Santiago, perto da cidade de Copiapó, na fronteira com a Argentina, é reconhecido como o vulcão ativo mais alto do planeta e o cume mais elevado do Chile, segundo o Instituto Geográfico Militar chileno.
Visitado anualmente por 400 pessoas, o complexo vulcânico, composto de 38 crateras, mostra pouquíssima atividade e não há registro de erupções nos últimos 500 anos.