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Sensação Térmica e Agasalho

“Quando a velocidade do vento aumenta, a sensação térmica corresponde a uma temperatura equivalente menor do que a temperatura real, medida por meio de termômetros.

“Quando a velocidade do vento aumenta, a sensação térmica corresponde a uma temperatura equivalente menor do que a temperatura real, medida por meio de termômetros.
O corpo humano perde calor através da pele de quatro maneiras: por convecção, condução, evaporação e irradiação. Nas temperaturas ambientes, nas quais a maioria das pessoas vivem e trabalham, 50 a 65% do calor de metabolismo é perdido por irradiação. A maior parte do calor restante é perdido por evaporação. As roupas feitas de materiais normalmente disponíveis não são próprias para reduzir estas formas de perda de calor.

Em contraste, a convecção é freqüentemente o processo mais intenso de perda de calor em ambientes frios, principalmente se o ar estiver se movendo. A perda de calor por convecção pode ser enorme em ambientes com ventos fortes. A condução é o processo mais intenso de perda de calor em imersão em água. Felizmente a perda de calor por convecção e condução pode ser efetivamente reduzida com roupas de materiais facilmente disponíveis.

A quantidade de calor perdida por convecção é determinada pela diferença de temperatura entre o ar e a superfície do corpo com o qual o ar está em contato e pela velocidade com a qual o ar se move. Maior a diferença de temperatura, maior a perda de calor.

No vento, a quantidade de calor perdida aumenta com o quadrado da velocidade. Um vento de 12 km/h remove 4x mais calor do que um vento de 6km/h. Para velocidades acima de 30 milhas/h (48,28km/h = 26knots) a perda de calor não aumenta na mesma proporção, porque o ar não permanece em contato com o corpo tempo suficiente para ser aquecido a uma temperatura igual à a da pele. Por exemplo, para uma temperatura de -4ºC a um vento de 48,28km/h, a temperatura equivalente, relacionada com a sensação térmica, corresponde a -24ºC. A sensação térmica do organismo humano seria equivalente a uma temperatura de -24ºC em um local onde não existisse nenhum vento.

A sensação térmica ST (em ºC) pode ser calculada à partir da temperatura ambiente T (em ºC) e da velocidade do vento V (em metros por segundo; m/s) pela expressão:” 

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Assim, podemos verificar os tipos e importância das roupas adequadas para melhor se proteger da perda de calor corporal:
por convecção (quando massas e fluídos – ar e/ou água – “roubam” calor ao passar junto à pele), temos o caso clássico do vento, e o melhor é um tipo de abrigo q “quebra” o deslocamento de ar. Para um motoqueiro o casaco de couro seria uma eficiente e clássica proteção (sem falar na proteção mecânica em caso de queda). Ele não é bom para “aquecer” (na verdade deve-se dizer isolar o calor do corpo do ar atmosférico mais frio), mas evita q o ar corra, flua, roubando o calor por convecção. Há vários outros tipos de casacos com uma trama bem fechada no tecido q tb não deixa o ar passar, como os tipos Anorak ou outros usados para montanhismo e náutica (antigamente existiam os “oleados”, feitos de couro ou um tipo de lona, onde um óleo deixava-os impermeabilizados, daí o nome).
No caso do contato direto com a água, existe a roupa de neoprene, dos tipos mais comumente encontradas, que produz uma proteção dupla em dois momentos distintos: ao se imergir na água, ela penetra entre os tecidos de neoprene e borracha e a pele, porém ela é feita para estar justa ao corpo. Este feitio justo não é para evitar que a água não entre, mas para evitar q circule o menos possível sobre a pele, fazendo assim com que se diminua ao máximo o roubo de calor por convecção. Uma vez a pele molhada, há a perda de calor por condução, mas não havendo (ou sendo reduzida) a circulação de água entre a roupa e a pele, o corpo aquece a fina camada de água infiltrada para uma tempratura muito próxima da superfície da pele. Assim, o efeito por perda de calor por condução é diminuído tanto quanto possível. Ainda há o detalhe q o neoprene possui pequeninas bolhas de ar em seu tecido, fazendo com que haja um melhor efeito de isolamento térmico entre o calor corporal e a água. 

 Para águas muito, muito frias usa-se um tipo de roupa de mergulho chamada Dry Suit (roupa seca), que consiste essencialmente em se simular o mesmo efeito de uma garrafa térmica, ou seja, há uma camada de ar estanque entre a água e o corpo humano. Ou seja, a roupa é dupla com um ar injetado entre as duas camadas. Não há contato da pele com a água em nenhum momento. Isso porque o ar é melhor isolante térmico, desde que não haja circulação com ar novo e mais frio.

Se desejar manter-se “aquecido”, evitando perder calor pela forma q mais frequentemente ocorre que é por irradiação, devemos buscar um isolante térmico que pode ser combinado com os outros tipos mais eficientes. Por exemplo, há tecidos que mantém o ar aprisionado entre suas fibras e dificultam a troca com o ar mais frio, novo, da atmosfera, como a lã. O algodão é mais higrófilo e em geral possuim tramas e fios que com frequencia deixam a água e o ar circular muito livremente. Assim, navegando, é melhor vc se vestir com roupas de lã diretamente na pele q com lã mais algodão, pois mesmo q vc se molhe a lã manterá vc mais aquecido q com o algodão que dá aquela sensação de frio constante. É claro q estou falando de roupas pura lã e não acrilica.

Há inúmeros materiais sintéticos novos hoje em dia, como os revestidos por teflon e por ai afora, mas não vou entrar nestes exemplos até pq desconheço. Apenas como exemplo final, sugiro q para frios intensos a combinação de um isolante térmico eficiente como a lã e um “quebra-vento” como um “casaco de tempo”, um oleado, uma jaqueta de couro, etc. é uma combinação ideal.

Assim, só para deixar claro, um cobertor não “aquece”, ele isola o ar mais frio do calor do corpo. Quanto melhor ele for capaz de isolar, mais eficiente será e menos frio se sentirá. Só aquece aquilo que tiver mais calor (energia) que nosso corpo, transferindo essa energia calorífica, e assim nós é que iremos “roubar” calor.

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