Rafael no Pico do Papagaio

Pico do Papagaio – Ilha Grande

Procurei informações sobre a trilha na internet, mas não foi muito fácil. Ao invés de dar dicas sobre a caminhada, a maioria das páginas aconselhava procurar um guia, pois a trilha não estava em boas condições. E realmente não estava.

Paulinha no cume do Pico do Papagaio

       Torci para que o tempo não ficasse ruim e acompanhei durante a semana a meteorologia, havia chance de não chover muito. Chegamos na Ilha sexta a noite e ficamos no mesmo camping que havíamos estado na Semana Santa do Ano passado.
Fomos para o forró e voltamos tarde. A ideia é sempre ir cedo, mas o máximo que conseguimos sair foi meio-dia. Como fazia algum sol, Carla decidiu subir com a Paulinha, que iria nas costas. Perguntamos onde era a entrada da trilha, que fica na estrada que liga Abraão ao Presídio e começamos a andar. Depois de 20 minutos chegamos no começo da trilha, onde há uma placa com um mapa e um telhadinho. Não demorou muito para Carla pedir que eu levasse a Paulinha. Dei minha mochila com uma lona, casacos, comida, etc. para o Luizão levar e Rafael e Filipi também se revezaram para carregar. Paulinha dormiu grande parte do tempo.
A partir da metade da caminhada, em alguns pontos da trilha há muito árvore e mato fechando a trilha original e somos obrigados a contornar. Nesses pontos é fácil perder-se.

Mata por onde viemos

Depois de ameaçar alguns pingos de chuva, conseguimos chegar ao cume, e tivemos a sorte de ver as nuvens abrindo e a vista é impressionante. Havia um grupo grande de pessoas lá em cima e depois que eles desceram tiramos fotos, filmamos, descansamos e começamos a andar também.

Paredão com 100m de altura onde alguns fazem rapel

Paulinha começou a descer nas minhas costas, mas logo no começo, lá em cima, escorreguei, mas não caí. Foi o suficiente para ela abrir o berreiro e não parar mais. Na descida é quase impossível não perder o equilíbrio de vez em quando e quando isso acontecia, ela reclamava muito. Depois de muito chorar, Paulinha mudou de transporte e começou a ser levada pela Carla, que vinha bem devagar. O resto do grupo se adiantou e mais ou menos na metade da descida, recomeçou a pingar. Tive que pegar novamente a Paulinha para descer mais rápido, a trilha era mais plana e ela logo dormiu, apesar das corridas que dava em algumas partes mais abertas. Mas não deu para evitar um novo escorregão e ela acordou assustada. Desta vez ela teve que ir até o fim e depois de chorar bastante, se conformou.

Xanda e Jorge grego

Encontramos o pessoal da frente parado em um rio e recomeçamos andar. Quando finalmente chegamos na estrada já estava chovendo e só tivemos tempo de abrir a lona sobre nossas cabeças antes da chuva engrossar pra valer. Começamos então a andar em formação: os homens iam nas pontas segurando a lona no alto e as mulheres iam no meio. Aquela tenda ambulante chamou um pouco de atenção quando chegamos em Abrão, mas não era nada muito ridículo.

Quando chegamos no camping armamos a lona sobre o espaço que havia entre nossas três barracas e tivemos que fazer algumas canaletas porque a água já começava a empoçar. Naquele dia não fizemos mais nada, pois a chuva só parou por volta de dez da noite e já estávamos todos deitados ou dormindo.
No dia seguinte ainda pegamos uma trilhazinha para a praia de Abraãozinho, onde ficamos todos de molho na água. O tempo tinha aberto. Também fizemos nosso papel de turistas e compramos algumas camisas da ilha como recordação.

Preparando para a descida

Paulinha na descida

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Junior e Paulinha

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