O analista ambiental do Parque Nacional da Chapada Diamantina, César Gonçalves, avalia a situação das queimadas que atingem a parte interna e as redondezas da reserva ambiental como a pior dos últimos sete anos. “A situação é bem pior que as anteriores. São mais de 200 mil km² (equivalente a 20 mil campos de futebol) de área devastada pelas chamas só dentro do parque”, afirma o analista ambiental.
Apesar da decretação de estado de emergência pelo governo estadual, a ajuda até agora disponibilizada é considerada precária e inadequada. Gonçalves informou que o Estado cedeu um helicóptero, que, por não ser apropriado para este tipo de atuação, contribuiu de forma pouco eficiente no combate aos focos de incêndio.
“Usamos a aeronave para realizar o transporte dos homens da brigada. Mesmo assim, a quantidade de pessoas que atuam contra as chamas – cerca de 200 homens, sendo que aproximadamente 120 são voluntários – não é suficiente”, relata, acrescentando que a brigada, reforçada por pessoas da população, está sem condições de continuar o combate por estar exausta.
Grande parte da área devastada dentro do parque foi atingida por chamas provenientes de focos de incêndio com origem fora dele. O sargento Uirlei Borges, assessor de comunicação do 11º Grupamento de Bombeiros Militares de Lençóis, explica que a principal causa dos focos de incêndio são queimadas realizadas por agricultores da região para preparar o solo para a lavoura.
O 11° Grupamento conta com 40 bombeiros e o apoio de dois helicópteros. Usam ainda quatro caminhões equipados para combater incêndios em área florestal e um caminhão da PM usado no transporte de combustível para os helicópteros.
As áreas mais afetadas são Ibiquera, onde fazendas foram atingidas e materiais de irrigação destruídos; o Vale do Capão (município de Palmeiras), onde o fogo atingiu residências; e Mucugê, onde as chamas chegaram próximas a um posto de combustível.