Prova muito exigente com uns 40 km de trekking, 12 de canoagem e uns 40 de bike que completamos em 23:40 h.
Melhores momentos:
No início, pra ganhar algum tempo, cortamos caminho por um pasto após transpor uma cerca de arame farpado para evitar uma volta pela estrada que todas as equipes a nossa frente pegaram. No meio do pasto havia um córrego barrento cheio de mato e assim que me preparei para meter o pé na água, vi uma cobra marrom fugindo assustada com o barulho.
Gritei: COBRA!! Mas pulei dentro d’água assim mesmo.
Mônica, que vinha atrás, disse que não ia pular.
– Mas tem que pular – Retruquei, não havendo outro jeito realmente a não ser voltar tudo e pegar a estrada.
Mônica pulou na água.
Ultrapassar as equipes no canioning e chegar em segundo no PC 1 foi demais
Dar uma bobeira na navegação e cair pra 8º lugar no PC 4 foi foda.
Esquecer de assinar a saída do PC 4 e ter que voltar correndo uns 2 km perdendo meia hora foi mais foda ainda.
Desgastado, e um pouco desanimado, passei a navegação para Luizão, que poderia se concentrar melhor nos detalhes do difícil trecho que teríamos a frente. Cruzaríamos a Serra que divide Tinguá de Japeri com um trekking por uma trilha definida, mas longa, com várias bifurcações madrugada adentro. E Luizão foi impecável na orientação. Chegando à BR 113, a Equipe Azimute ainda chegou a encostar na gente, mas não perdoamos e corremos uns 4 ou 5 km nos distanciando deles pela estrada até o PC 5, no início da canoagem.
Fomos recompensados com a surpreendente notícia que de 8º lugar, agora passávamos para 3º!
Como eu imaginava, aquele trecho derrubaria muita equipe.
A canoagem foi muito maneira, com algumas corredeiras que exigiam atenção pra não capotarmos ou encalharmos, mas já era dia novamente e o esgotamento físico cobrava seu preço. Nos trechos tranquilos do rio eu simplesmente dormia remando! E era acordado com Mônica reclamando que o caiaque começava a rodar!
Morro acima, muita subida íngreme, e o trekking não terminava, a equipe Azimute nos ultrapassara na canoagem e agora corríamos sem parar para recuperar a posição e garantir o podium! Depois de muita disputa e mudanças de colocação, finalmente nos distanciamos deles por mais de uma hora ao descobrir uma trilha muito apagada no meio do mato, mas que eles, que vinham logo atrás, não acharam.
Corremos muito essa prova, apesar dos longos trechos de trekking, o ânimo nos fazia correr a todo o momento. Digo o ânimo, por que certamente não foi o treino, já que pouquíssimo treinamos.
Luizão e Vinícius surpreenderam correndo muito. Vini surpreendeu também numa prova longa como esta bebendo pouca água, passando horas com sede inclusive quando a água da galera acabava. Quem o conhece sabe do que estou falando!
Também fiquei surpreso, pois o cara não soltou os resmungos e lamentações habituais.
De vez em quando, ele ficava para trás e quando me virava, via-o com as mãos nos joelhos olhando para o alto, de olhos fechados, com uma expressão de desespero como se implorasse clemência aos céus pelo fim de seus suplícios. Em silêncio.
O contrário de Mônica, que deve ter soltado uns 576 “Vambora galera!”, “Vamu lá”, “Vamu gente, vamu correr!”
Eu me concentrando no mapa e Mônica: “Vamos, Vamos!” Eu tentando dormir e “Vamos, vamos andando”
No trecho final de corrida de orientação de bike ‘n run, nos dividimos a toda hora e após pegar todos os prismas encontrei Luizão que me pediu pra buscar Vini, que vinha andando em algum ponto da estrada. Fui procurá-lo, gritando desesperado para cruzar logo a linha de chegada, e não ouvia resposta. Após uma curva, quando finalmente achei o boneco, o malandro estava sendo seguido de perto por três meninas aparentemente da região que o rodeavam e o assediavam violentamente, oferecendo carregá-lo no colo inclusive.
– Vini, seu maluco! Estamos só te esperando pra cruzar a linha de chegada e você paquerando no meio da corrida?!?!?!
Frente a minha repreensão, soltou:
– Essa garotas é que estão no cio!!!
hahahahahahahaha
A comemoração da chegada foi com tchibum na piscina do sítio, tudo que queríamos!!!