Ministra classifica de falso o dilema da equação meio ambiente x desenvolvimento

BRASÍLIA – A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, classificou de "falso dilema" questões envolvendo o meio ambiente e o desenvolvimento. A declaração da mi

BRASÍLIA – A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, classificou de "falso dilema" questões envolvendo o meio ambiente e o desenvolvimento. A declaração da ministra foi feita durante cerimônia, no Palácio do Planalto, em comemoração ao Dia Mundial do meio Ambiente.

– Se continuarmos com essa visão de opor as duas coisas não chegaremos a lugar algum – disse Marina, sendo aplaudida por representantes de ONGs, parlamentares e funcionários ligados à questão.

A frase de Marina foi considerada uma indireta à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que não estava na cerimônia. Dilma e Marina vêm travando uma queda-de-braço dentro do governo sobre obras que envolvem o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), sobretudo a licença ambiental para a construção de usinas no rio Madeira. Marina, no entanto, em entrevista coletiva após a solenidade, negou que seu discurso tivesse como endereço a colega de ministério.

– Não dei recado a ninguém. Eu trabalhei com as idéias que estamos trabalhando no governo ao longo de quatro anos, que é de resolver a equação desenvolvimento e conservação. O meio ambiente deve estar sempre plasmando o desenvolvimento e vice-versa – explicou.

A ministra considerou que o mundo irá atravessar este século discutindo a dualidade entre meio ambiente e desenvolvimento. E considerou que, se os países não levarem em conta questões ambientais, não haverá desenvolvimento.

– Temos de ter criatividade e capacidade para ultrapassar esses limites.

Para a ministra, o debate que contrapõe os defensores da natureza aos desenvolvimentistas "não leva a lugar algum".

– Viabilidade econômica e viabilidade ambiental é o esforço do nosso século. No caso dos projetos de países como o Brasil, esse esforço deve ser maior. Afinal de contas, somos uma potência ambiental, um país que ainda pode fazer a diferença, pois mais de 80% da floresta amazônica ainda é preservada, diferentemente de nossos irmãos dos países ricos que não têm mais biodiversidade.

Marina voltou a dizer que não há prazo para que o Ibama expeça a licença ambiental para as usinas do rio Madeira.

– Continuamos fazendo avaliação técnica das respostas que foram dadas pelo consórcio Furnas-Odebrecht e em relação a um conjunto de dezenas de questões sobre mercúrio, sedimentos e peixes. No momento que tivermos um relatório técnico do Ibama, estaremos nos pronunciando. Não há prazo a colocar. Estamos trabalhando com sentido de urgência.

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