Mauá – Itamonte: Travessia Invernal na Mantiqueira


A Volta

Levantamos ao raiar da alvorada, depois das 6hrs. A paisagem ao redor ganhava novos tons c/ a luz matinal, e um tapete de nuvens lentamente se dissipava sobre Itamonte. Tomamos nosso café, arrumamos nossas coisas e pé na trilha, ou final quase 8:30. Erroneamente, voltamos ate antes da ultima porteira adentrando numa trilha em meio a mata, q julguei q descesse a serra. Q nada, ela subia pros outros morros. De onde acampáramos é só seguir ate o final da crista (oeste) e depois ir descendo gradativamente pela encosta. Logo a trilha é novamente identificada, descendo por um ombro de serra com pasto ralo e arbustos, pro norte. Daqui Itamonte é bem visível, assim como Manguara, um arraial antes dela. Agora descemos em acentuados ziguezagues enquanto a vegetação aumenta de porte consideravelmente, e o trilho, inicialmente pedregoso, torna-se um sabão só de tão erodido e escorregadio q tava. Aos poucos, sons familiares de latidos, água e ate vozes indicam q estamos no final mesmo da trilha. Assim, antes das 10hrs, chegamos no final da picada, vale abaixo, num pequeno curral aparentemente abandonado, onde descansamos, beliscamos alguma coisa e enchemos os cantis. Acabou a trilha mas não a trip. Agora era so tocar pela estrada de terra q partia dali, sabe-se la p/ onde. E la fomos nos, bordejando interminavelmente morros com o forte sol nos miolos, enfim, um trecho cansativo e sem-graca, mesmo q em suave declive. Sítios e pequenas fazendas se sucedem, enfim, civilização. Perguntando, descobrimos q ainda tínhamos quase 13km ate Itamonte, um trecho q decididamente nao faríamos a pé. Q o digam Nelson e Sandra. Ao chegar numa bifurcação (onde havia uma Igreja, devia ser o bairro rural da Conquista ou Bento José) perguntamos por seu Ico, um cara q teria uma Kombi e c/ quem negociamos nosso retorno por um precinho de mãe. Beleza. Eram12:30. As cenas q se seguiram são dignas de qq matinê melosa de Sessão da Tarde: a despedida do Maromba, q não parava de latir e chorar ao nos ver entrar no veiculo. Comoção e choradeira total foi ver o bicho correr atrás da Kombi boa parte do caminho, ate q finalmente ficou atrás, exausto. Seu Ico garantiu q logo o bichim adota outra família ou simplesmente volta p/ Maromba. Ao invés de Itamonte saltamos em Itanhandu, onde teríamos + chances de busao p/ sampa. Eram 13:30 e não haviam vagas. O jeito foi aguardar busao p/ Cruzeiro enquanto víamos alguns Itanhundenses se preparando p/ algum rodeio, trajados curiosamente a caráter. Silvana e Edu, fazendo jus a fama de anti-sociais (rs), se separam da gente dizendo q vão visitar “um amigo” e logo voltam. Não os vimos mais. As 15hrs fomos p/ Cruzeiro, onde felizmente havia vaga p/ sampa. Comemoramos c/ varias brejas na espelunca-lanchonete da rodoviária ate o embarque, exatas 17hrs. O resto da viagem foi feita no estado onírico avançado, apenas dando conta da gente ao chegar no Tietê, as 20hrs. Despedida aqui.. despedida acolá, qual minha surpresa ao constatar q a Emilia mora perto de casa, razão q não me fiz de rogado e aceitei sua gentil carona. Cheguei no lar uma hora e pouco depois.

Para um pais celebrado por generosas paisagens tropicais, o Brasil é brindado igualmente c/ fartas regiões serranas q acabam tornando-se refúgios ideais p/ viver os prazeres do frio. E nesse meio-termo q a Mauá-Itamonte cumpre todos os requisitos p/ uma pernada agradável, moderada, brindada c/ altas paisagens, alem de oferecer varias opções e variantes em quase todo seu trajeto. Todas c/ muita água. Não é a toa q o próprio nome,em tupi, Amantiquira, significa “serra q chora” devido a suas numerosas vertentes q descem serra abaixo.

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