Meio Ambiente – Os comerciantes do município de Ilhabela, litoral norte de São Paulo, estão apoiando a decisão do prefeito Manoel Marcos de Jesus Ferreira de criar a Taxa de Preservação Ambiental a partir de março do próximo ano. A medida é controversa. Alguns turistas e agências estão descontentes com a proposta.
A Taxa, que já foi aprovada pela Câmara Municipal, é inspirada na taxa cobrada na Ilha de Fernando de Noronha (PE). Lá, quem quiser visitar a Ilha deve pagar uma taxa por tempo de permanência. Por dia são cobrados cerca de R$ 33,09.
"Ilhabela é o único município-arquipélago do Brasil e, além disso, precisamos continuar preservando o Parque Estadual de Ilhabela, que abrange aproximadamente 86% da área do município", diz o prefeito.
Para o presidente da Associação Comercial de Ilhabela, Marcelo Antonio de Freitas, a maioria dos comerciantes tem consciência da necessidade de preservação da ilha. "A prefeitura tem custos altos, principalmente com o lixo, que é todo ‘exportado’".
Segundo ele, os comerciantes não têm receio de perder o turista, e a intenção é realmente controlar o acesso à Ilha. Cerca de 30 mil pessoas vivem atualmente em Ilhabela, mas nesta alta temporada devem visitar o local cerca de 500 mil pessoas, avalia Freitas.
Atualmente existem no município 1.400 empresas cadastradas. "Esperamos um aumento de 10% no faturamento das empresas", afirma o presidente da Associação, que é proprietário há nove anos do restaurante Bartatas.
Quem estiver interessado em se instalar em Ilhabela temporariamente pode colocar as barbas de molho. Isso porque uma lei municipal aprovada este ano proíbe o alvará temporário.
"Consideramos esse modelo predatório para os comerciantes. Não queremos que aconteça na Ilhabela o que vem acontecendo em Campos do Jordão, empresas que ficam na cidade apenas no período de turismo".