RIO – Seja um crescimento vertical, como diz o prefeito Cesar Maia, ou horizontal, o fato é que favelas da Zona Sul estão escalando morros. Você conhece favelas em expansão ou formação? Clique aqui e mande o seu relato sobre as áreas onde o problema ocorre. Fotos aéreas, feitas pela Associação de Moradores do Alto Gávea (Amalga) no último dia 10, mostram que na Chácara do Céu, que rasga a encosta do Morro Dois Irmãos, no Leblon, há casas com quatro andares. Já fotografias tiradas por integrantes da Associação de Moradores da Fonte da Saudade (AmoFonte) constataram a ocupação de áreas dentro dos parques José Guilherme Merquior e Fonte da Saudade, que, em 2000, ganharam marcos delimitadores (batizados, em 2001, de eco-limites), durante obras do programa Favela-Bairro no Morro dos Cabritos.
A secretarias municipais do Habitat e de Meio Ambiente transferem as responsabilidades de zelar pelos dois parques da Lagoa. A de Meio Ambiente alega que os limites foram instalados pela Secretaria do Habitat. A do Habitat argumenta que apenas realizou as obras no local, cabendo à de Meio Ambiente fazer a manutenção, por se tratar de Área de Proteção Ambiental (APA).
Diante do crescimento das favelas Chácara do Céu, Rocinha e Parque da Cidade, e a conseqüente desvalorização de seus imóveis, moradores do Alto Gávea estão pleiteando a modificação da legislação urbanística do lugar, onde só podem ser erguidas residências.
O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc anunciou que a unidade do Grupamento de Policiamento em Áreas Especiais (Gpae), da PM, a ser inaugurada no primeiro semestre de 2008 no Morro da Babilônia (Leme), terá um braço ambiental. Além de cuidar da segurança, os PMs do Gpae darão apoio à equipe da Secretaria do Ambiente que se instalará lá, para tentar impedir que a APA da Babilônia continue sendo devastada .
Segundo o secretário, nas favelas da Rocinha e do Complexo do Alemão, onde serão feitas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, as vias que cercarão as comunidades serão barreiras físicas, a partir das quais nada poderá ser erguido.
– Identificamos 200 terrenos ao longo da SuperVia onde poderão ser construídas casas para 80 mil pessoas de baixa renda. Para se resolver o problema da expansão das favelas, é necessário um conjunto de medidas – avalia Minc.
Crescimento vertical
Para o prefeito Cesar Maia, o crescimento no Morro dos Cabritos é vertical e não horizontal. Num levantamento feito para o programa Favela-Bairro, em 2000, foram contabilizadas 3.754 unidades. Ele garante que toda a área está mapeada e fala de dificuldades para conter a expansão no alto da Vitória Régia, embora transfira responsabilidades:
– A questão lá em cima, da qual reclamam corretamente os moradores da Fonte da Saudade e entorno, é a presença ostensiva de traficantes se movimentando de um lado para o outro. Isso só com a polícia.