Luciana Souza.
Essa cara amiga me aprontou uma boa na Pedra Que Engole, em Trindade, Rio de Janeiro.
Apreensiva que estava para entrar neste famoso buraco cheio d’água da cachoeira de Trindade, Lu já havia ido e voltado várias vezes tentando tomar coragem. Tentei convencê-la dizendo que eu entraria primeiro e lá dentro guiaria seu pé, pois a água que escoa pelo buraco forma uma cortina não deixando que se veja lá pra dentro.
Entrei, primeiro as pernas, com a barriga pra cima, me esqueirando pela brecha entre as rochas. Tapei a respiração e passei a cabeça pela cortina d’água, fechando os olhos no momento em que a água caía sobre minha face.
Lá dentro espero pela menina:
-Vem Lu! – minha voz ecoou na escuridão, junto com o barulho da água.
Alguns instantes depois, não vendo sinal de movimentação, botei a mão pra fora e fiz sinal para vir.
Em seguida vejo um pé pequeno entrando no buraco e o peguei para mostrar onde teria de pisar. Notei que o pé se debatia e o segurei trazendo para pedra mais abaixo até distinguir que alguém gritava!
– Eu não sou sua mulher não!
À medida que a pessoa entrava percebi que Luciana Souza mandara um negão com pé pequeno em seu lugar.
A partir desse dia, no buraco da Pedra que Engole, existe uma lenda de uma mão que puxa também…